29 de agosto de 2010

da Praia para a sala de partos II

As 6 horas que se seguiram foram vividas intensamente, com vários sentimentos a borbulhar
estava preocupada com o Xavier
os médicos abanavam a cabeça (simbolo internacional de que algo não está bem) sempre que vinham ter comigo, o que me deixava apreensiva e cheia de medo do que se passaria a seguir

as contracções diminuiram um pouco e decidiram levar-me para o quarto, onde soube estavam o Pedro e o Xavier, lá chegada fui presenteada com um dos animais do Xavier para que não tivesse dores,mas passados poucos minutos as contacções aumentaram e lembro-me que gritei desalmadamente.

mantenho a imagem do Xavier sentado na ponta da cama a limpar-me as lágrimas e a dizer "já vai passar Mãe"

de novo com a parteira veio uma médica que me disse que após várias tentativas a medicação não tinha resultado e não tinham conseguido fazer diminuir as contracções e que um dos bébés tinha a cabeça encaixada pronta para sair (percebi depois que já conseguiam ver-lhe a cabeça). Disse-me que os bébés tinham que nascer.
Chamaram o Pedro para o informar que me iam levar para a sala de partos.

Já na sala de partos lembro-me de ter um enfermeiro de um lado a dizer-me quando tinha uma contracção e a fazer-me festas na cabeça e de uma enfermeira do lado direito quase deitada em cima de mim para que o segundo bébé nascesse de parto normal , de fazer muita força e de todos os que estavam à minha volta quase fazerem tanta força como eu. no meio do medo senti carinho.

O Miguel nasceu às 22h30 e o Rodrigo às 22h45.
só os voltei a ver no dia seguinte

Já no quarto do hospital, vi o Xavier a dormir na cama do lado e lembro-me de achar que no dia seguinte ia acordar e estaria no quarto do hotel e que tudo não tinha passado de um sonho marado

da Praia para a sala de partos I

Algo não vai bem, ao terceiro dia de férias e as dores nas costas são insuportáveis.  

Achei que andava a saltar ondas a mais e a passar demasiado tempo sem apoio nas costas e o Pedro foi comprar umas cadeiras de praia.

Por volta da hora de almoço as dores começaram a ser insuportáveis e nem consegui comer nada, subi para o quarto enquanto o Pedro e o Xavier almoçavam.

Já no quarto não conseguia encontrar posição confortável e as dores eram cada vez mais fortes. Quando o Pedro chegou ao quarto, resolvi dizer-lhe que era melhor chamar uma ambulância.

"Ambulância, porquê?"

Não sei como me saiu da boca, mas nem pensei no que disse "Acho que estou com contracções"

Na recepção chamaram uma ambulância e apareceram duas meninas que me perguntaram de quantas semanas estava e de quanto em quanto tempo tinha as dores. Informaram o Pedro de que iríamos para Huelva.

Já dentro da ambulância oiço a médica dizer para a enfermeira, enquanto esta me media a tensão "quando ela disse que estava de 30 semanas e grávida de gémeos, entrei em pânico".

Desculpem, mas quem deveria estar em pânico era EU!!!

Apercebo-me ao ouvir uma conversa via rádio, que algo se irá passar na via rápida entre Matalascañas e Huelva, vão mudar-me de ambulância! Param a ambulância, abrem a porta tiram-me lá de dentro, entro dentro de outra ambulância e eis que oiço um som algo familiar "então as dores são muito fortes?" num português quase perfeito.

A enfermeira trabalhou no Hospital de Santa Maria em Portugal (vim depois a saber que é amiga da irmã de uma amiga da família).

Chego ao Hospital e percebo que o nome que estão a dizer não é o mesmo que tinham dito ao Pedro em Matalascañas e aviso a enfermeira. Pega-me na mochila, pergunta onde está o telemóvel e pede-me que ligue o número do meu marido para ela falar com ele.

Depois de ver vários tectos chego a um gabinete onde vejo uma máquina conhecida, vão fazer-me uma ecografia. Oiço a médica, menina loira de tranças com ar novinho, a bichanar para as colegas algo imperceptível e a ficar com uma cara séria. Pede-me todos os elementos que tenha da gravidez e diz-me que já falará comigo.

Entretanto tenho o Pedro a ligar dizendo que na recepção do Hospital dizem que não estou lá.

Numa fracção de segundo pensei que talvez não fosse má ideia aparecer na recepção de camisa de noite do hospital a provar que estava lá.




25 de agosto de 2010

Carregar baterias

O facto de termos que gozar férias em Agosto por causa da escola do Xavier, fez-nos mudar o destino de férias.


Desta vez vamos para Espanha, hotel ao pé da praia e perspectivas de uma semana e meia de completo descanso.

30 de março de 2010

um valente abanão...

Tudo parece estar a começar a correr na normalidade após uma mudança relâmpago de casa.

No entanto, o cansaço mantém-se.O sono é mais que muito e o amigo "mensal" não aparece.

Fiz dois testes na farmácia e marquei logo consulta urgente no médico.

Parabéns, são gémeos.

Sim, sim agora a sério....

São gémeos, um coração a bater.... dois corações a bater...

ainda aguardo que alguém me bata nas costas e diga "brincadeirinha !!!!"

8 de março de 2010

Mudar...

Mudámos de casa.
Abandonámos a margem sul e tranferimo-nos para a margem norte do Tejo.

Em 48 horas uns senhores milagrosos empacotaram toda a tralha de uma casa e levaram-na para outra.

O Xavier em 3 dias dormiu em 3 camas diferentes, agora vem a mudança de escola. Vamos ver como reage.

2 de março de 2010

Xavier IV

"Mãe eu vou para a neve. Brincar com a minha escavadora e o Pai Natal está lá."
...
Depois de lhe tentar explicar que o Pai Natal agora não podia estar na neve porque estava na sua casa a fazer os brinquedos para depois oferecer aos meninos no Natal. Eis que surge a pergunta

"Onde é a casa do Pai Natal?"

É na Lapónia

"pois! eu vou à casa dele à neve"